A mulher que se recusa a dar-se é a melhor de todas. Ela nos exime de repetirmos cenas, de plagiarmos roteiros, de lamentarmos a obviedade dos desfechos. A mulher que se recusa a dar-se será sempre aquela que manteremos mais na imaginação do que na memória e amaremos como uma flor que nunca nos deixará remorsos na consciência, porque a outros coube a ventura de despetalá-la e a desventura de havê-la despetalado. A mulher que se recusa a dar-se vive em nós como um regato que, se dedos o tocaram, não foram os nossos. A mulher que se recusa a dar-se tem as águas limpas e nelas nadam pequenos peixes que as crianças apontam com entusiasmo.
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