O vento me traz um aroma salgado, que excita as narinas e faz salivar minha boca. Pergunto-lhe de onde vem esse apelo, se do mar ou se de uma casa de mulheres que antes de subir com os homens para os quartos sapateiam no teclado de um piano cujas teclas refletem os tufos ruivos, único ornamento, além dos sapatos altos, que sua nudez aceita. O vento não responde e, antes de ir embora, sopra-me no rosto outra vez seu hálito quente, que me embriaga como se todas as messalinas o tivessem soprado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário