Uma estrela amanheceu na sua porta. Ele ligou para Deus e para o mundo, pedindo instruções sobre o que fazer com ela. Ninguém lhe deu atenção. Sugeriram-lhe que ela deveria ser do poeta Ananias de Castro, morador do sobrado da esquina, mas o poeta, ofendido, disse que fazia tempo que era moderno e jamais lidara com estrelas. Sem saber o que fazer, o homem deixou a estrela no sofá, enquanto continuava a procurar a solução, pelo telefone. Talvez o Ibama resolvesse, ele imaginou, ou o planetário. Quando, depois de mais alguns telefonemas infrutíferos, olhou para o sofá, nada de estrela mais. Só o gato continuava lá. Embora ainda não lhe tivesse sido servida a ração, dormia satisfeito.
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