domingo, 1 de setembro de 2013

Kama Sutra - CCXCVI

Hoje ele me mandou embora do mercadinho. Disse pra eu acertar tudo com o dono amanhã. Quatro anos e meio naquela toca pra ganhar isso. Fechando o caixa toda noite com ele, só nós dois lá dentro. Ele não queria outra pra fazer esse serviço. Lógico. As outras não deixavam ele passar a mão. Eu com ele me enfiando a mão no meio das coxas, com aquele ratos enormes saindo das tocas e andando no meio dos produtos, e elas já em casa, assistindo novela. Hoje, assim do nada, ele me avisou que eu estava dispensada. Primeiro, claro, nós fechamos a contabilidade e ele me enfiou a mão você sabe onde. Só depois foi que ele me falou que era meu último dia. Disse que precisava mandar embora uma, e, como eu era a que ganhava mais... Falou que nunca mais vai ter uma funcionária melhor. Eu respondi que mais boba do que eu ele nunca vai ter mesmo. Ele disse que, se eu quiser, a gente pode de vez em quando ir prum motel. Eu disse que de jeito nenhum, o que ele estava pensando? Sabe o que ele teve a coragem de dizer? Que quem foi três vezes podia ir mil. Filho da puta. Só tem números na cabeça, aquele porco. Mexia no dinheiro e depois nem lavava a mão. Pior que eu vou sentir falta.

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