Ligo a tevê e vejo o quê? Bodes velhos que comeram cabritinhas (hoje cabras velhas também). Estão rodeados por novas cabritinhas ansiosas para ser devoradas na suíte, em troca de uma foto autografada. Começo a me indignar, e sinto que no fundo gostaria de ser o bode velho manejando a guitarra ou a sanfona e esperando o show terminar para que um agente meu leve uma cabritinha deslumbrada para a meia-luz do apartamento e eu a faça gritar, berrar, balir, seja lá o que for que façam essas cabritas quando o cio rói suas entranhas. Não sou melhor que ele. Somos ambos podres e tanto ele quanto eu deveríamos, ao pronunciar a palavra
amor, ver cair todos os nossos dentes.
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