Um dia, por uma dessas improbabilidades que insistem em desmentir sua natureza, te lembrarás de mim. Tua memória não será a mesma, terás vivido muito e as imagens te confundirão um pouco. Precisarás quem sabe procurar uma das mil cartas que te enviei, para veres o nome de quem as assinava. Ah, dirás, como eu fui esquecer. E, porque tuas lembranças já estarão esmaecidas, terás por mim, nesse dia, um carinho que quase sempre me negaste. E, se houver alguém que te ouça, é possível que digas que eu era tão estranho, tão diferente, que eu era assim como se fosse um menino.
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