"Eis os dias em que voltam os pássaros -
Muito poucos - um pássaro ou dois,
Para um último olhar.
Eis os dias em que os céus refazem
Os velhos sofismas de junho -
Um equívoco azul-dourado.
Ó fraude que não engana a abelha -
Tua plausibilidade por pouco
Não me convence.
A semeadura, porém, dá seu testemunho -
E suave, pelo ar alterado,
Apressa-se uma folha xucra.
Ó sacramento dos dias estivais,
Ó última ceia entre névoas -
Deixai que uma criança comungue
E partilhe vossos signos sacros -
Que tome do vosso consagrado pão
E do vosso vinho imortal!"
(De Poemas escolhidos, tradução de Ivo Bender, publicado pela L&PM.)
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