sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Haverá outras sextas-feiras
Haverá outras sextas-feiras como esta, fria e indiferente. Olharemos pela janela e não passará diante de nós nenhum navio que aponte o rumo do horizonte. Não passará nenhuma brisa marinha, nenhuma gaivota. Será outro mês, outro ano, e veremos, como hoje, as casas do outro lado e a calçada. Estaremos aprisionados como agora e, se clamarmos pelo mar e pelas ondas, será um clamor inútil. Qualquer história humana, no fundo, se resume a isso: estarmos sempre olhando pela janela para uma vida que não é a nossa. E nossos suspiros, e nossos gritos serão contidos, para que não nos chamem de ingratos. O que mais podemos querer de Deus? Será assim sempre, toda sexta-feira, todas as sextas-feiras, até que não haja mais nenhuma.
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