Como um passarinho bem filhote, obediente às advertências da mãe e cauteloso nas primeiras bicadas, seu dedo não pesa sobre os finos pelos. Fica ali. Se tivesse pulmões, não respiraria. Ele espera. Mais um pouco. Começa a pesar agora sobre os fios sedosos, como se fosse outro fio sedoso. Pousa de leve, bem de leve, sobre o ponto que a penugem protege. Apenas quando sente na ponta a umidade morna ele entra devagar, quase não entrando, como se fosse um pássaro experiente. Mas, se tivesse pulmões, cantaria agora, e esvoaçaria temerariamente, como se fosse um filhote.
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