Ele roça os dedos por ela como se tocasse furtivamente a pele da estátua de uma divindade num templo. Sabe a maldição que lhe caberá, mas não se contém. Talvez uma estátua possa ser considerada como um manequim de lojinha de saldos, pensa, para aliviar a consciência. Mesmo assim, avança tímido, como se não avançasse. Nem respira. Sente na mão uma suavidade que quase não sente, como se sob os dedos houvesse uma suposição de teia. Há uma inquietação nos fios, uma aquiescência. Ele deixa a mão pesar um pouco mais. Os fios não a repelem. As divindades também pecam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário