Tudo que temos são as palavras, e ora elas mudam ora somos nós que as mudamos. Isso, que à primeira vista parece um problema, só o será se formos filósofos, ensaístas, críticos. Se formos contistas, novelistas ou romancistas, será um problema bem menor. E, se é a poesia que nos move, é quase uma bênção que as palavras se mostrem tão escorregadias e que também nós possamos confundi-las e transformá-las, porque se num poema uma pedra for uma pedra haverá algo errado, ou com ela ou com o poema. Que haja sempre a possibilidade de atirá-la para cima e, com as mãos em concha, recolhê-la como um beija-flor.
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