domingo, 17 de novembro de 2013
Se...
... o amor morreu, que sejamos dignos ao nos despedir dele. Nada de pompas, estas se dispensam. Uma coisa simples, um adeus, um beijo no rosto, um tchauzinho dado de longe, para evitar recaída. Jamais deixá-lo rondar por aí, como um fantasma, como um mendigo, justamente ele que deu tudo por nós. Nós o matamos juntos, cabe-nos dar-lhe uma sepultura digna. Escolher o lugar que ele mais amou, dizer-lhe meia dúzia de palavras carinhosas, e deixá-lo como se deixa um gato que nos amou, na sua pequena casa, com sua tigelinha, seu nome, talvez com a descrição dos carinhos de que mais gostava e não soubemos dar-lhe. Que dois donos melhores o acolham, para não sermos assombrados mais à noite, por seus miados e suas garras arranhando o gatil que covardemente fechamos.
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