sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Soneto do homem atirado ao mar

No teu navio embarquei
Em uma noite distante
Que, ainda que eu viva bastante,
Outra igual não viverei.

Como esquecer poderei
Aquele dourado instante
Em que, no jantar dançante,
A tua boca beijei?

E como irei olvidar
Que ao me atirares ao mar,
Sem boia e sem compaixão,

Lá do alto, do tombadilho,
Gritaste: "Cai fora, filho,
Sou mulher do capitão"?

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