"O odradek de Salvador Dalí tinha um marcante ar festivo e musical e, além do mais, era extremamente erótico. Nada menos do que um violino masturbador chinês ou instrumento melódico provido de um apêndice vibratório, que servia para ser introduzido, de forma repentina e brusca, no ânus, mas também, e de preferência, na vagina. Depois de introduzi-lo, um hábil músico fazia deslizar o arco sobre as cordas do violino, não tocando a primeira coisa que lhe passasse na cabeça, mas sim uma partitura escrita especialmente para os fins masturbatórios; o músico conseguia, mediante a sábia dosagem de notas em frenesi, intercalando-as com momentos de calma, que as vibrações amplificadas provocassem o orgasmo da beneficiária do instrumento no preciso e sincronizado momento em que a partitura atacasse as notas do êxtase."
(Do livro História abreviada da literatura portátil, tradução de Júlio Pimentel Pinto, publicado pela Cosacnaify.)
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