segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
2014
Daqui a dois dias estaremos novamente fazendo promessas. Novo ano, novos votos. Perderemos oito quilos, ganharemos músculos, seremos pacientes com os amigos, leremos enfim Os sertões. Teremos planos para tudo. Também para o amor. Como todos os anos, já há uns vinte ou mais, esperaremos que 2014 seja melhor que 2013 e bem superior a 2012 e 2011. Depois que o amor se tornou renovável, como os carros e os seguros, já não aceitamos qualquer um. A vida é curta, e o que nos provoca prazer há de ser, logo à primeira falha, descartado, ainda que conheça tudo sobre Zelda e Scott e declame lindamente sonetos de Camões. O amor deve ser facilmente manejável, na forma de dildo ou boneca, funcionar em 110 e 220 volts e ser acomodado sem impropérios em qualquer mala. Para não se criar em relação a algum deles uma exagerada afeição, recomenda-se que, assim como se faz com Lúcios e Fernandos, com Dalvas e Mariluces, nenhum conste de nossa agenda nem frequente nosso armário por mais de seis meses.
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