As musas de hoje bocejam enquanto os poetas, lívidos, declamam poemas que Casimiro de Abreu poderia ter escrito. Quando o dedo delas começa a descer pelo próprio corpo, os poetas imaginam que o langor seja fruto da paixão posta nos versos. E, quando os olhos delas se fecham, os poetas se vangloriam intimamente. Se já leram a ode, recomeçam a leitura. No meio, se eles ouvem suspiros, não distinguem o nome que é suspirado, e que nunca é o deles. Os ouvidos estão ocupados com o som do violino entre a quarta estrofe e a quinta.
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