"Muito frequentemente, a histeria foi entendida como o efeito de um calor interno que espalha através do corpo uma efervescência, uma ebulição ininterruptamente manifestada por convulsões e espasmos. Esse calor não será parente do ardor amoroso ao qual a histeria é tão frequentemente associada, nas moças à procura de marido e nas jovens viúvas que perderam o seu? A histeria é ardorosa por natureza; seus signos remetem muito mais facilmente a uma imagem do que a uma doença; esta imagem foi esboçada por Jacques Ferrand no começo do século XVII, com toda sua exatidão material. Em sua Maladie d'amour mélancolie érotique, ele se compraz no reconhecimento de que as mulheres se veem mais frequentemente desvairadas pelo amor do que os homens; mas com que arte sabem dissimulá-lo!"
(De História da loucura, tradução de José Teixeira Coelho Neto, publicado pela Perspectiva.)
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