Nossos mortos nós
os deixamos para trás
e nem lembramos
quantos deles já
pelo caminho ficaram
Nenhum deles nos pediu
para representá-lo
se no fim nos
deixarem falar
Talvez não confiem nos vivos
como também nós não confiamos
ou nada tenham para reivindicar
Ficaram para trás
e serão quem sabe marcos
se um dia a história se contar
e houver deles ainda um sinal
na terra indiferente
em que sob os insultos
e as súplicas dos urubus
nós tivemos de os enterrar.
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