A globalização teve, sobre a crônica, o efeito de ampliar geograficamente o conjunto de temas. O cronista já não escreve exclusivamente sobre sua cidade e seu bairro, mas sobre todas as cidades e todos os bairros do mundo, e seus protagonistas tendem a ser cada vez menos o tipo simples das crônicas antigas, e cada vez mais o chamado cidadão do mundo, reconhecido em toda parte por todos. O minimalismo da crônica, um de seus trunfos, se subsistir, será na forma, dificilmente no conteúdo. Será o exercício de tratar de Michael Schumacher, por exemplo, um assunto irrevogavelmente épico, com as meias-tintas do cotidiano, num tempo em que a noção de cotidiano já não é um sinônimo de simplicidade.
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