Éramos criativos naquele tempo. Tínhamos a capacidade de melhorar a primavera, de enxergar um pombo muito branco numa nuvem muito clara e de fazer o arco-íris piscar para nós. Isso, que foi tão belo, foi o que nos matou. Idealizamos um amor que era tão extraordinariamente maravilhoso, tão prodigiosamente magnífico, que os deuses se enciumaram e o mataram assim como um menino mata um passarinho. Bastou uma pedra. Quando o Amor caiu ao chão, parecia um pedaço de estopa e fedia como um pensamento sórdido.
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