Adota-me como se eu fosse um gato de tão deplorável aparência que, se deixado miando lá fora, certamente morreria de fome. Adota-me como se apenas tu pudesses fazê-lo. Deixa-me entrar. Não precisas ter-me no teu colo. Que me baste sentar-me ao teu lado no sofá e, se eu te aborrecer com meu rom-rom, não precisas aumentar o volume da tevê. Pede-me, e eu paro de respirar. Não poderei encontrar morte melhor. Mas te suplico que ao menos tentes tolerar-me. Não puxarei um fio da tua blusa e, se dormires, não avançarei um centímetro na tua direção. Só procurarei acertar o ritmo das batidas do meu coração ao teu. Nem tentarei entrar no teu sonho. Quero que ele seja belo, como mereces.
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