"EM RESPOSTA A POEMA DE MEU NOVO VIZINHO A OESTE, CONVIDANDO-O E PEDINDO-LHE VINHO
Teu poema chegou e cantei-o cem vezes
cada novo sentido em um som como ouro
Busco oeste: estou pronta a vencer tua cerca
À distância, não vai o coração virar pedra?
É tão longe a Via Láctea, vazio o horizonte
Desafina-se a cítara e os rios se acordam
Tremo à falta de casa neste inverno frio
Tens bom vinho: esta noite, não bebas sozinho!"
"VIVENDO NAS MONTANHAS NO VERÃO
Aqui, onde habitam os deuses, fiz minha morada
Bosques e arbustos misturam-se à revelia
Roupas lavadas penduro à menor das árvores
Sento-me à fonte; das pedras, nasce meu vinho
Abro as janelas à trilha dentre os bambus
Finas sedas tornaram-se embrulho de livros
Remando desço o rio, entre cantos à lua
leva-me o vento ao retorno: e ainda recito."
(Do livro Poesia completa de Yu Xuanji, tradução de Ricardo Primo Portugal e Tan Xiao, publicado pela Editora Unesp.)
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