Eu também quis ser poeta. Sobraram-me, desse tempo, o dicionário de rimas de Guimarães Passos e Olavo Bilac e um estoque de palavras como paul, tremedal, exéquias, conúbio e amplexo. Também algumas metáforas, que parecem obras de um aprendiz de marceneiro, tudo feito de uma madeira que, subitamente enlevada pela ilusão poética, se recusa a ser completamente quebrada. Há pedaços dela espalhados por toda a casa, todos se imaginando cisnes, nuvens, brisas e crepúsculos.
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