Nós dois morremos no dia em que, espiando pela cortina, deixamos o amor tocar trinta e duas vezes a campainha e, quando ele se foi, comentamos: "Ele está começando a perder a esperança. Ontem ele tocou trinta e sete vezes. Talvez não toque nem vinte, amanhã." Isso foi há muito tempo. Hoje a indiferença e a impiedade estão no meu rosto, e no teu, tão inequivocamente estampadas que as flores do jardim morreram todas e nem o mais desesperado e faminto dos gatos extraviados passa perto de nossa casa, cuja campainha o amor jamais veio tocar.
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