"Lago negro, barco negro, duas pessoas de papel picado negro.
O que as árvores buscam de beber que não encontram aqui?
Suas sombras podem cobrir o Canadá.
Uma luz leve dissolvida pelas flores d'água.
Suas folhas não desejam nossa pressa:
Curvas e lisas e cheias de negros avisos.
No rastro dos remos, mundos de gelo,
O espírito do negro está em nós, nos peixes.
Um tronco podre flutuando, pálido adeus;
Estrelas se abrem entre lírios.
Estas sereias inexpressivas não te cegam?
Esse é o silêncio das almas atormentadas."
(De Poemas, tradução de Rodrigo Garcia Lopes e Maurício Arruda Mendonça, publicação da Iluminuras.)
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