não se envergonhe daqueles surtos de ternura que o atacam quando a noite está alta e a amada está distante. Deixe que eles venham, que se apossem de você inteiramente, que o façam chorar como se você fosse feito só de lágrimas. Desfaça-se em pranto (não tenha pejo da palavra pranto, os velhos não sabem nada de nada). Queira morrer dessa ternura morna, peça a Deus que ela o mate. Depois, escreva sobre isso, jovem poeta. Não pense na arte da composição poética, em rimas, em nada disso que está nos livros como orientação. Escreva e, se sentir, em cada palavra, que ela vale cada uma de suas lágrimas, não se importe com o resto. Você terá feito o que lhe cabe.
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