"Todas as verdades aguardam em todas as coisas,
Não apressam a sua entrega nem a ela resistem,
Não precisam de fórceps do obstetra,
O insignificante vale para mim tanto como o resto
(O que é mais ou menos do que um contato?)
A lógica e os sermões jamais convencem,
O orvalho da noite cala mais fundo na minha alma.
(Se é assim que se torna evidente para o homem e a mulher,
Se é assim o que ninguém nega.)
Um minuto e uma gota de mim acalmam a minha mente,
Creio que a gleba úmida se transformará em amantes e em luz,
E que a carne de um homem ou de uma mulher é o compêndio dos compêndios,
E que no sentimento que partilham há um cimo e uma flor,
E que a partir dessa ligação proliferarão infinitamente até que tudo seja criado,
E até que um e todos nos deliciem, e nós a eles."
(Do livro Canto de mim mesmo, tradução de José Agostinho Baptista, publicado pela Assírio & Alvim, Lisboa.)
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