Ele lhe dizia boa noite, só, com a sobriedade requerida pela boa educação. Olhava-a com olhos de cordeiro, sufocando o lobo que dentro dele queria urrar, enterrar as garras, morder, dilacerar. Dizia boa noite e esperava que num sonho dela caísse a máscara e finalmente ele se mostrasse como era, um animal trancado numa jaula, aguardando aquele momento único de distração da domadora, em que se atiraria sobre ela e revelaria que todo o tempo estivera se preparando para ignorar o chicote, arreganhar os dentes e eriçar todos os pelos, os dele e os dela.
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