"Amante do desolado pântano
E dos puros ventos do campo, eras
A espumante prata da chuva que apanhaste;
E amaste as águas dos regatos,
O orvalho, a geada e as montanhas, o fogo e os mares,
Os tumultuosos silêncios,
Os ventos que na escuridão tocavam a sua música,
E a alta e casta lua.
E como o fruto que, pálido e agudo,
Brota nos sulcos,
No nosso inóspito e nativo Norte -
Semeaste gelados frutos silvestres,
E entre as vozes, longe do homem,
Correu uma forte e amarga virgem.
O fruto maduro conserva o áspero
E aromático cheiro dos bosques.
E tu que amavas a desolada planície
Perfumada pelo vento e pela chuva,
Ouviste à tua volta cantar a gaivota -
Sentiste a frescura do tempo -
E as recatadas joias da chuva
Voltaram a adornar os teus cabelos."
(De Poemas de Robert Louis Stevenson, tradução de José Agostinho Baptista, publicação Assírio & Alvim, Lisboa.)
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