Cresce lentamente em mim a flor da ternura. Demorará para se fazer e se perfazer, mas vai crescendo em silêncio, pouco a pouco. Um dia estará pronta, simples em sua beleza, e talvez eu possa levá-la a você e dizer que é filha daquela outra ternura, exagerada e antiga, que eu confundi com outra flor, de outra espécie, e tão desajeitadamente lhe ofereci. Cresce em mim, lenta, lenta, essa flor com a qual eu um dia me apresentarei diante de você, pedindo absolvição. Cresce com delicadeza. Estará bela, espero, na tarde em que a deixar em sua mão. Não direi que foi regada com minhas lágrimas, embora seja a mais absoluta de todas as verdades.
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