Conhecem-se há um mês e ele desde o primeiro dia vem tentando beijar-lhe a nuca, porém sempre ela dá sinais, até ríspidos, de que não quer. Já foram duas vezes ao motel, já se exercitaram em amplo repertório, mas, quando ele aproxima os lábios de uma das orelhas dela, ensaiando fazê-los escorregar para a nuca, ela os afasta. Talvez imagine que beijar a nuca seja um pretexto dele para, dali, conquistar um pouco mais de território nas suas costas. Mas ele nem pensa nisso. Abriria mão de tudo mais. Quer só, para seu prazer máximo, levantar os cabelos dela e beijar-lhe, fio por fio, a penugem que supõe haver debaixo deles.
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