Se um dia se reencontrarem, nossas mãos hão de bastar-se. Por pudor, receio, falta de oportunidade ou de jeito, nunca nós dois as fizemos percorrer nossos corpos, e o tempo de fazê-lo se foi. Nunca elas se aventuraram em nós e, não tendo trilhado os rumos que poderiam desviá-las de sua pureza, elas, quando nos virmos de novo, se satisfarão em lembrar o que sentiram na manhã em que se conheceram, tão tolinhas que não pensavam em prazer nenhum além daquele de estarem se tocando, nos inefáveis momentos em que uma passava o açúcar à outra, ou o pratinho com os pães de queijo, na cafeteria.
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