A panela fumegava na cozinha quando ela me chamou. Olhou fixamente para mim, como se a fumaça me tornasse estranho, e passou a língua nos lábios. Eu quis ver nisso o indício de uma luxúria que ela talvez pretendesse partilhar comigo, mas, quando tentei me aproximar, ela destampou a panela e aspirou profundamente. "Que delícia", suspirou, e senti que só lhe causaria alguma impressão se eu fosse um ingrediente com o qual ela pudesse enfeitiçar um pouco mais a sopa.
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