Chorar como uma donzela dos velhos romances, levada ao claustro pelas desilusões do amor. Chorar como um menino que perdeu na guerra o pai, a mãe e o cachorro cego. Chorar com a força de todos os advérbios, caudalosamente, torrencialmente, tresloucadamente, ridiculamente. Chorar tão desesperada e continuamente que um vizinho, de madrugada, grite se não há quem dê um tiro nesse desgraçado. Chorar tudo e, no entanto, guardar ainda uma lágrima, a única, que matará a sede de nossa alma no dia em que ela nos disser: bom, eu vou embora, chegou o momento.
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