Do quarto vizinho começaram a vir sussurros, ganidos de mulher gemendo um nome que identifiquei na sexta ou sétima vez em que foi pronunciado: Homero. Soava falso ali, no hotel de terceira, ainda que de momento a momento a batalha amorosa ganhasse sons épicos, com a cama lançando também interjeições agudas no ar. Homero, continuava a gemer a mulher, acrescentando agora mais, mais, mais. Não conseguindo alhear-me, restou-me participar, incitado por minhas mãos. Me assumi Homero e, quando o homem, fazendo ouvir finalmente sua voz, disse Luana, ai, Luana, ai, eu, inteiriçando-me talvez tanto quanto ele, repeti Luana, ai, Luana, ai, ai.
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