O menino, de uns cinco anos, cochilava no colo da mãe, no vagão do metrô. Abria os olhos, fechava, indiferente. Entrou numa estação, conduzido numa cadeira de rodas pela mãe, um garoto de mais ou menos doze anos, autista. Quando este começou a se agitar como se fosse um baterista, o menino no colo da mãe abriu bem os olhos. Imediatamente sua mãe começou a apontar para a janela, como se lá houvesse paisagem. A mãe do autista, compartilhando essa aflição, colocou-se como uma parede entre os dois. O autista continuou com seus movimentos frenéticos, enquanto o outro, fitando o vidro, esperava uma revelação.
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