Em todas as morituras árvores do meu jardim, afixei um papel e deixei ao lado uma canetinha. Quem sabe um dia possas, ainda que te custe muito, escrever num dos papeizinhos estas duas palavrinhas: te perdoo. Tanto mais valor terão quanto mais te custarem. Não as mereço, eu sei, ah, como eu sei, mas as esperarei. Se as escreveres, nem as precisarei ler. Estarão na única árvore que de repente, como que por encanto, exibirá o milagre de uma flor. Não precisarei aproximar-me dela para ver na relva teus passos, leves como adejos de borboleta. Agora mesmo olho da janela o jardim. Quem sabe.
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