Bom dia para os sobreviventes da noite, para os supliciados do amor e de suas lembranças, para os que veem no sol uma trégua para o sofrimento. Boa noite para os que regaram a madrugada com suas lágrimas. Se eu fosse escritor, teria composto um poema, ou ao menos alguns versos que pudessem talvez confortar, com a minha desgraça, desgraças alheias. Tenho para dar a vocês, companheiros de infortúnio amoroso, um silêncio que já anuncia, sem palavras, o silêncio final. Que eu esteja sofrendo as derradeiras dores, e que a vocês seja dado ainda um tempo para que o amor, castigando-os, os faça receber na carne e na alma aquele martírio cheio de venturas que só o amor pode propiciar.
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