Na hora de tomar a sopa, nós atuamos como uma orquestra. Sorvemos todos ao mesmo tempo: dezesseis velhotes ávidos afugentando as duas horrorizadas irmãs de caridade que nos servem. Elas saem correndo do refeitório e só voltam quando não há mais gota nenhuma em nenhum dos pratos. Quando chegam com a sobremesa, ainda está no rosto delas o asco que provocamos. Sorrimos. Não é maldade. Vejo mais como uma travessura. Pobres irmãs. Amar o próximo é uma desgraça.
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