domingo, 30 de novembro de 2014
Prestação de contas aos leitores do blog
Nesses últimos cinco anos, tenho tocado aqui a tecla do desencanto. Não poderia tocar outra. Os ideais se foram, e a vida se tornou um mero desenrolar de dias. Este blog, que é uma espécie de diário desses cinco anos, não poderia ser senão o que tem sido. Dez por cento dele - a parte representada por textos alheios - podem ter sido interessantes para os leitores. No mais, sempre esta automortificação e estas confissões de um morituro. Como já fiz outras vezes, peço desculpas. E, ainda que seja estranho, recomendo novamente que é melhor não me lerem mais. O que tenho escrito aqui, se algum valor tiver, será o da sinceridade. Se a alguém interessarem os textos, será à minha família, na improvável hipótese de ela os ler, e ao meu psicanalista. Creio que, como todos os escritores, até os verdadeiros, o que faço tenha a intenção de me render palmas. Para recebê-las, eu seria capaz de, se fosse uma celebridade, prometer bônus a quem me lê, como talvez anunciar em primeira mão meu suicídio, dez minutos antes de cometê-lo. Como sou anônimo até entre meus vizinhos, continuo só com os duvidosos trunfos das derrotas diárias e da narração delas, com a minha parca literatura.
Mas quem mandou pedir desculpas? É pra continuar mesmo, seu Raul.
ResponderExcluirFernando, eu sou um saltimbanco. Faço uma reverência, dou um sorriso e fico pensando quando terei uma nova oportunidade de ser aplaudido. Vivo de mimos e agrados. É um vício que custei a reconhecer. Ah, se eu soubesse dar saltos mortais (mortais, de fato).
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