Um dia alguém perguntará no saguão e saberá que o teu quarto é o 123 (não, não, desculpe, é o 424, dirá o atendente, que cabeça a minha) e teu (ou tua) visitante comentará como tu sempre foste querido e como é bom que estejas te recuperando. Será como se, no 424, tu, destinatário de tão poucas palavras doces na vida, tivesses ouvido isso. Fecharás os olhos, te entregarás ao teu último momento, e estarás com um rosto tão feliz que, quando entrar no quarto, o teu ou a tua visitante sorrirá e ficará em silêncio, imaginando que estarás dormindo.
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