sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
Cotação do dia
Vivo de lembranças. Este cantinho, este blog, foi um espaço que criei para me exprimir, num tempo em que achava ter algo a dizer. O amor era ainda um assunto que eu podia citar sem provocar risos, e eu imaginava estar escrevendo a história de um. E estava. Bem ou mal, ela está nos textos mais antigos. O resto, de dois anos para cá, são tentativas de ressuscitar Lázaro. Não creio que vá conseguir. Resta conservar o espaço para aquilo que o blog promete desde o início (Literatura), embora esse rótulo quase nunca tenha sido mais que um pretexto para generalizar aquilo que era íntimo e se passava somente entre mim e meu coração maravilhosamente apaixonado. Uns fiapos de autoestima e de decoro (depois de me haver exposto como um mendigo chamando abjetamente atenção para as feridas) me incitam a parar. Venho fazendo isso, vocês devem ter notado. Se este blog tiver ainda alguma razão de ser, ela estará nos textos de dois ou três anos atrás. Talvez neles tenha persistido alguma literatura, misturada aos mais bizarros queixumes que um ser humano há de ter produzido. Tanto preparo literário para aizinhos que qualquer adolescente, em qualquer época, extraiu com mais autenticidade. Se voltar aqui, será para falar de coisas que sobraram de um homem que ruiu espetacularmente, como um prédio implodido. A quem interessarão esses escombros?
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