"Perdi a tua estima. Eu desperdicei o teu amor. Deixe-me, então. Afaste as crianças de mim para poupá-las do malefício da minha presença. Deixe-me afundar de novo no lodo de onde eu vim. Esqueça de mim e de minhas palavras vazias. Volte para a sua vida e deixe-me sozinho para a minha ruína. É errado viver com um animal vil como eu ou permitir que suas crianças sejam tocadas pelas minhas mãos.
(...)
Começo a compreender isso agora. Eu matei o teu amor. Eu te enchi de desgosto e de desprezo por mim mesmo. Abandone-me agora às coisas e aos companheiros que eu apreciava tanto. Não vou me queixar. Não tenho o direito de me queixar ou de levantar nunca mais meus olhos para você. Eu me degradei inteiramente a seus olhos."
(Do livro Cartas a Nora, tradução de Sérgio Medeiros e Dirce Waltrick do Amarante, publicado pela Iluminuras.)
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