A poesia escolhe sempre os mais tolinhos, enche-os de presunção, unge-os como predestinados e promete-lhes tesouros, se a seguirem. Quando os abandona, trinta ou quarenta anos depois, já balofos, calvos e derrotados, nem olha mais para eles. Nojo de tê-los escolhido. São tão insensatas as apostas feitas nos jovens. Mas ela nunca aprende. Está sempre apostando, apostando. Quem sabe aquele loirinho ali, com rosto de anjo. Ou aquela garota lá, com cara de queridinha da vovó. Por que não? O que lhe custa? A abordagem já está pronta há séculos. É só se aproximar e puxar os folhetos.
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