"Assim não dá meu tesão
eu começo a sonhar com você todas as tardes
& você lá em Santos
comendo amendoim
vendo anjos nas cebolas do mercado
navios entram & saem do porto polidos
eu corto as veias & rego meu queijo de Minas
você me ama eu sei & me envaideço
amoras jorram a beleza anarquista de suas coxas molhadas
o peixe-espada pode lhe declarar amor
eu penso nessas ilhas perfumadas
mas o caminho de volta eu só conto
a este urubu em carne viva
que grasna na sacada."
De Antologia poética, publicação da L&PM.)
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