A jardineira do meu poema,
A jardineira que não existe,
É velha, vive entre flores, não é triste,
A jardineira que não existe.
É simples sua história,
Marido não tem,
Parentes não tem,
Tem sete filhos doentes,
Tem doze lustros de idade
E mais os anos incertos
Que a idade olvidou.
Tem uma propriedade,
Um sobrado suburbano
Que o último viúvo lhe deixou,
Tem seis dias por semana,
De sol a sol,
Dia a dia,
De faina dura e suor
Para plantar, regar e colher
As flores que vai vender
Domingo na cidade.
Mas por ter sempre
Os braços cheios de flor
E a mente sempre vazia
Não é triste a minha jardineira,
A jardineira do meu poema,
A jardineira que não existe.
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