Continuo achando que imaginar é melhor que viver. Sei que é um defeito de formação, uma anomalia que cultivo há muito tempo. Continuo pensando num mundo ideal - e este "ideal", aqui, não tem nenhum sentido virtuoso, mas deve ser entendido apenas como é: ideal significa, no caso, uma transformação, uma deformação até. Sylvia Plath atormentava-se por imaginar que, enquanto ela dava um cochilo, o mundo lá fora desandava (e desandar, para ela, queria dizer andar prosaicamente, o que ela considerava o pior dos horrores). Persisto, embora essa persistência seja quase uma presunção, um ato de soberba, na disposição de ter uma visão própria (ou uma sensação própria) do mundo.
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