Nós só sabemos de nós
Com pleno conhecimento
Quando nos chega o momento
Em que não temos mais voz.
É sempre assim: o tormento,
A dor, a aflição atroz,
E o nome do nosso algoz
Tendem ao esquecimento.
O amor nos fere e flagela,
Nos mata, nos escalpela
E, se vamos acusá-lo,
Não podemos, não adianta.
Já tanto falha a garganta
Que não podemos nomeá-lo.
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