"Quando estamos perdidos, o que nos conta a figura?
Nada se parece com nada. Mesmo assim, o nada
Não é vazio. O Inferno se configura:
Sobre relógios observados em tardes de inverno, estrelas malignas,
Mobiliário exigente. Tudo desvinculado
Com ar no meio.
O terror. É do Espaço, do Tempo?
Ou de ambas as concepções a conjunta trapaça?
Para os perdidos, paralisados entre as ruínas que provocaram,
Tudo o que não é ar (se não for realmente engano)
É imobilizada agonia. Enquanto o Tempo,
O idiota sem fim, corre gritando pelo mundo."
(De Coração hipotecado, tradução de Adriana Oliveira, publicação da Novo Século.)
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