"Toda a obra de [Robert] Walser, incluído seu ambíguo silêncio de vinte e oito anos, comenta a vaidade de toda empresa, a vaidade da própria vida. Talvez por isso só desejasse ser um zero à esquerda. Alguém disse que Walser é como um fundista que, prestes a alcançar a meta cobiçada, detém-se surpreso e olha os mestres e condiscípulos e desiste, ou seja, permanece em seu lugar, que é uma estética do desconcerto. Walser me lembra Piquemal, um curioso sprinter, ciclista dos anos 60 que era ciclotímico e às vezes se esquecia de terminar a corrida."
(De Bartleby e companhia, tradução de Maria Carolina de Araújo e Josely Vianna Baptista, publicação da Cosacnaify.)
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